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quarta-feira, 14 de maio de 2008

Um mundo em preto e branco



Um coisa que sempre me diverte é ver como é difícil entender algo que foge da classificação que estamos acostumados a pensar. Nossa vida é basicamente dividida entre bem e mal, preto e branco, quase sempre numa divisão polarizada e mal feita. Nessa generalização podemos cometer alguns equívocos graves e perder a diversão que é a diversificação da vida e das pessoas. Eu sei que é mais seguro, mais simples, pensar que no mundo só existam héteros, gays ou bi (pans não entram, já que sexo com integrantes dos reinos vegetal e mineral não contam, além dos animais irracionais). Parte dessa recusa em entender que as pessoas podem ser um pouco mais complexas é a questão dos valores/idéias pré-concebidas que ganhamos de herança de nossas famílias, da sociedade no geral. Admitir que o mundo não é dividido em preto e branco é admitir que o que tínhamos como certeza não passa de mera fantasia. Lutamos com todas as forças pra que isso não aconteça. Uma analogia pode ser feita com o mito da “caverna do platão”. Nós passamos a vida olhando pras sombras, estamos acostumados a pensar que elas são reais. É inadmissível que venha alguém e diga (ou mostre) que elas não passam de sombras. Essa é a única realidade que existe pra nós, e é assim que deve permanecer. Eu digo que se eu quisesse segurança eu seria advogado, ou funcionário público.


A realidade pode ser um pouco diferente, um pouco mais complicada. Cito a mim mesmo como exemplo, usando o (maldito) relatório kingsley. Eu me sinto atraído por homens. Em alguns momentos, culpe o álcool!!!, eu fico/transo com mulheres. O supremo horror. Num mundo em preto e branco gays não podem ficar com mulheres, gays SÓ podem ficar com pessoas do mesmo sexo. Ou então eles não são gays, eles são bi. O que acontece se eu digo que eu não me sinto atraído por mulheres, mas que eventualmente alguma acaba se tornando excessivamente atraente pra mim? Um discussão interminável sobre a minha orientação sexual.

É nessa fase de “eu sou hétero e só fico com mulheres” que a gente perde parte da diversão de experimentar novas sensações. Aqui eu volto novamente ao exemplo do cara que não curte fio-terra. Quem gosta desse tipo de coisa é gay, então ele não pode gostar/deixar que façam. Quem já fez isso alguma vez na vida sabe o quanto é bom, e deixou de ser hétero? Começou a olhar pra outros caras de forma diferente? I don’t think so. Da mesma forma que é inaceitável que um cara “hétero” possa, eventualmente, transar com algum outro cara. Eu já transei com héteros, e eles continuaram sendo héteros depois que acabou o sexo. Um deles foi passar o reveillon na casa da namorada depois que eu transei com ele, por volta das 23:45 do dia 31/12. Depois disso ele transou com outro cara? Não muito provável, mas não impossível. O que levou ele a querer algo assim? A busca pelo prazer. Somente isso.

No fim, trata-se sempre disso. A busca pelo prazer, a busca por novas sensações. Com esse post eu não quero dizer que desprezo as pessoas “limitadas”, mas que se elas decidirem ser totalmente héteros (vejam detalhes do relatório kingsley), que seja por sua própria vontade, e não por um condicionamento da sociedade ou por temer o que seus amigos/conhecidos dirão caso você conte suas aventuras. Isso vale tanto pra héteros quanto pra gays. Não tenham uma orientação sexual pré-definida porque os outros acham mais fácil pensar nesses parâmetros. Façam como eu: sejam livres. Livres pra se importar apenas com o prazer, livre pra buscá-lo onde ele estiver, livres para experimentar novas sensações.



3 comentários:

Anônimo disse...

Concordo plenamente. Não só a sociedade, mas o índivíduo é prconceituoso consigo mesmo.

Anônimo disse...

Concordo com quase tudo, apesar de eu achar que o hétero que vc se envouveu talvez seja um gay em descoberta. Mas enfim, só acho que essas limitações são a cereja do bolo. Se for tudo tão fácil, qual a graça? Não tem que ter um pouco de conquista, de descobrir o que o outro gosta, de insistência? Eu acho que é essencial.

Não que eu esteja sujeito a um fio-terra. Isso é coisa de gay.



Mentira xD

Anônimo disse...

Como o comentário gerou um mal entendido, eis-me aqui pra retificar.

Mentira que eu acho coisa de gay. Mas é certo que eu não estou sujeito a fio terra.

;)